Afinidade, complementariedade e confiança são a base para uma parceria sólida e duradoura, diz consultor.
Por Daniela Moreira
Buscar um sócio é uma opção feita por muitos empreendedores para viabilizar seu negócio, seja do ponto de vista financeiro ou das habilidades necessárias para tocar a operação.
Mas, o que pode começar como um casamento ideal, muitas vezes termina em divórcio litigioso. Desgastes no dia a dia, desconfiança, divergência de opiniões e objetivos - todos esses fatores podem levar a uma cisão entre os sócios, com consequências por vezes desastrosas para o negócio.
“O início de uma empresa é bastante desafiador. Normalmente o espaço é pequeno e o contato é muito próximo. Os conflitos tendem a surgir”, diz Paulo Melchor, consultor jurídico do Sebrae São Paulo
Confira dicas do especialista para evitar que esta aliança acabe em separação:
1. Valorize a afinidade
Muitos empreendedores buscam um sócio apenas pelo capital que ele tem para investir. Este pode ser um erro fatal. Sendo dono de parte do negócio, ele poderá interferir nas decisões e no rumo da empresa. “A afinidade é muito importante. Os sócios têm que compartilhar a visão do negócio”, recomenda Melchor. A convivência no dia a dia também pode ser comprometida se os sócios não se derem bem, contaminando o clima do escritório. Por isso, antes de embarcar no negócio, certifique-se de que você está em sintonia com o seu parceiro. “A dissolução de uma sociedade é bem complexa e pode até ir parar na Justiça”, alerta o especialista.
2. Busque a complementariedade
As chances de uma sociedade dar certo são maiores se cada sócio tiver habilidades diferentes para trazer para a operação. “A complementariedade de aptidões faz toda diferença”, diz o especialista. Quando cada sócio tem um perfil diferente, as tarefas tendem a ser distribuídas de maneira mais natural e um não invade o território do outro. “É importante que ambos tenham uma visão do todo, mas a divisão de funções evita sobreposições e atritos”, explica Melchor.
3. Defina a participação
A participação de cada sócio no negócio deve estar bem definida desde o início, de preferência em contrato. Isso evita que, mais para frente, surjam conflitos sobre o a fatia dos lucros a que cada um tem direito.
4. Divida responsabilidades
Em contrapartida aos direitos, devem ser estabelecidos também os deveres de cada um. Cada sócio deve ficar responsável por algumas tarefas e prestar conta sobre a sua realização. “É importante que os resultados de cada frente sejam apresentados e discutidos com uma certa periodicidade”, aconselha o especialista. “E na hora do aperto, não jogue toda a responsabilidade nas costas do outro”, ele acrescenta.
5. Exercite a tolerância
Pequenos problemas do dia a dia podem acabar afetando até mesmo relacionamentos de longa data. Não é difícil que amigos e parentes acabem brigando feio quando entram juntos em um negócio. Para evitar desgastes, é importante ter uma boa dose de paciência. “É fundamental que haja tolerância, principalmente nos períodos de dificuldade. O diálogo é sempre e melhor saída”, diz o consultor.
6. Seja transparente
A honestidade e a transparência são a base para o sucesso de qualquer parceria. Jamais esconda problemas do seu sócio ou tome decisões estratégicas para o negócio sem consulta-lo. “A sociedade tem que ser um jogo de cartas abertas”, define Melchor.
Fonte: exame.abril.com.br